A indústria automobilística começou o ano com os pátios lotados e
pensando em cortar a produção, o que interfere na vida dos trabalhadores
do setor. Em um ano, foram quase 13 mil demissões, mas esse número deve
aumentar. A GM lançou um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para
reduzir o número de funcionários e estoques.
O aviso vale para todos os setores da fábrica. Além dos benefícios
previstos na lei, quem está há cinco anos na empresa poderá receber mais
um salário e meio.
As vantagens são maiores para os trabalhadores com estabilidade no
emprego por restrições médicas. Já quem trabalha há mais de 12 anos,
poderá receber 25 salários e um carro zero quilômetro no valor de quase
R$ 45 mil.
Essas vantagens não atraíram os montadores Carlos de Lima e Eugênio
Rodrigues, que trabalham na montadora há 17 anos e têm estabilidade por
causa de problemas nos ombros. Os dois já passaram por cirurgias. “Eu
cheguei a fazer três cirurgias no ombro esquerdo e uma no ombro direito.
A mais recente foi a coluna cervical”, diz Rodrigues.
Uma estimativa do Sindicato do Metalúrgicos aponta que 15% dos 5,3 mil
funcionários que trabalham na GM sejam lecionados. Cabe a cada um
decidir sobre a adesão ao PDV. “Eu não vou aderir porque eu acho que é
muito pouco, devido ao meu problema, acho que não conseguiria outro
emprego”, diz Lima.
“O sindicato é contrário ao PDV porque significa fechamento de postos
de trabalho. O que não podemos aceitar é que haja pressão e assédio da
parte da empresa, agora, a decisão do trabalhador sair em PDV é dele”,
diz Antônio Ferreira de Barros, presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos.
A GM não quis dar detalhes do plano de demissão, mas confirmou, em
nota, que o programa foi aberto para os trabalhadores das unidades de
São José dos Campos e de São Caetano do Sul, em São Paulo. A montadora
também informou que a medida é para adequar a produção à atual demanda
do mercado.
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